sábado, 12 de julho de 2008

Dona do tempo


Atrás do relógio
mora uma velha
que tece na roca
um enorme vestido
que tem no rosto
rugas de séculos
que, impiedosa,
destrói templos
castiga homens
separa amantes.

Atrás do relógio
mora uma velha
que vira a ampulheta da vida
vê a areia caindo
e ri
por um centésimo de segundo
que faz parar o mundo
que faz andar o mundo
que tece o vestido dos anos
o vestido do tempo
o vestido da vida.

2 comentários:

Ana disse...

Gostaria de poder algumas vezes, tecer este vestido, teria parado o tempo em muitos momentos.

mysafeworld disse...

Nossa, sou eu tua aluna Graziela do Espanhol..nao sabia que escrevia poemas, temos algo em comum, hehe..escreves bem, beijos.