quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Selos


O Quarto Selo

Vem!
A ti meu inferno e minha espada.
Sou a Morte e minha espada
Rompe ossos,
E meu cavalo amarelo
Pisa a quarta parte da terra.
Sou a Morte e nada além
De mim existe;
Sou Morte, Fome e Espada.

O Quinto Selo

A Palavra me matou
E por ela vivi injustamente.
A Palavra era ouvida só por mim.
De que me vale roupa branca se meu sangue
Mancha tudo o que é alvo?
A palavra me condenou
E ainda vago pela morte
Porque
É a Palavra que manchará de sangue meus irmãos e irmãs
É ela que me condena, ainda eu morto
A morrer todos os dias.


O Sexto Selo

Lua vermelha,
Sol negro,
Estrelas que despencam.
Tudo fora do lugar,
Todos sem seus lugares.
O Sexto Selo foi aberto
E o grande dia chegou:
Continuamos pobres,
Continuamos tristes,
Continuamos doentes,
Mas o Cordeiro vive e reina.

O Sétimo Selo

Xadrez.
Rei.
Torre e Bispo.
Cento e quarenta e quatro mil
Vivos.
Bergman.
Cristo.
O Selo.
E nós aqui,
Servos de Deus,
Mortos esperando
O que nunca virá
Porque não existe.

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